A banda Snooze sacodiu o público no começo da noite
Chegamos, eu e Danilo Fraga, por volta de 17h30 no segundo dia do Boom Bahia, no Pelourinho. "Por que não vieram mais cedo", perguntaram os amigos. É porque desde o meio-dia a coisa toda já estava acontecendo. Naquela hora, já estavam chegando os famosos.
O mundinho rocker de Salvador compareceu em peso para celebrar a volta do evento: Big Bross transitava e vendia discos de selos independentes (ele também foi Dj mais cedo), um vocalista da Starla chegava aqui, um músico da Matiz aparecia acolá. Nancyta cool como sempre, os Retrofoguetes cumprimentavam todo mundo, Wander Wildner falava animadamente sobre o espaço/tempo com duas amigas (não é brincadeira), Ronei Jorge e os ladrões se concentravam para o show e até Andréa Martins deu pinta, sempre de óculos escuros e com aquela cara...de quem gosta de você.
Os independentes também vendem
A banda Snooze, de Aracaju, animou o começo de noite e surpreendeu ao menos esta espectadora, com uma apresentação consistente. Enquanto o palco era preparado para o show de Ronei, aproveitei para falar com Messias Bandeira, o organizador do evento, que tinha acabado de dar uma palhinha com a sua banda, Brincando de Deus, no show da Snooze. Nos bastidores, o brother Rex tira um sarro: "Pô, cara, você faz evento aqui pra tocar com a banda dos outros?". E, pouco depois, não resiste: "Quer tocar uma com a gente?". Qual?. "Qualquer uma, cara. É tudo instrumental mesmo!". É a brodagem do rock baiano.
O comentário quando chegamos era de que o evento tinha atrasado. Mas não era bem assim. Messias explicou que eles simplesmente mudaram algumas atrações de lugar, porque queriam intercalar Djs e bandas. Funcionou. As apresentações dos Djs eram curtas e impactantes entre uma banda e outra, só pra manter o pessoal no ritmo.
Dizem por aí que Ronei está mais animado no palco depois de deixar crescer o cabelo
No primerio dia, o Boom Bahia teve quase 2 mil visitantes, segundo a contagem da organização. No Domingo não deve ter sido muito diferente. Mas o espaço da praça Tereza Batista não ofereceu problemas, como no show recente de Céu. Tranquilidade, nada de calor em demasia nem espaço apertado demais. "Fizemos o festival aqui porque queríamos recuperar um pouco do que o Pelourinho foi pra muitas bandas baianas de rock da Bahia", contou Messias, que também coordena a Feira Hype.
Quando Ronei Jorge e os ladrões de bicicleta entraram no palco, a legião de fãs e amigos já aguardavam ansiosos."É muito diferente fazer música hoje do que era em 1997", relembra Messias. "Antigamente, a idéia do Boom Bahia era provocar a situação, fomentar a cena. Hoje é o contrário, a cena gerou o evento. Isso aqui é mais um registro".
Fato. A cena estava toda lá.