Terça

Todos os dias aparecem notícias sobre hackers nos meios de comunicação. As última foram o julgamento de Otávio Bandetini, 20, condenado a 10 anos de prisão por roubar R$ 2 milhões de contas bancárias através da internet e a prisão de um grupo que atuava em Vitória da Conquista nesta última terça .
Isso acontece desde a década de 80, quando os hackers foram popularizados como os “piratas do ciberespaço”. “Os meios de comunicação vão pelo senso comum e utilizam hacker como sinônimo de criminoso digital, mas isso é simplista e errado”, explica Antônio Terceiro, 25, desenvolvidor de softwares.

Cracker - A confusão está na diferença entre “hackers” e “crackers”. “Os hackers formam a elite da informática”, explica André Lemos, doutor em sociologia e um dos principais nomes no estudo da cibercultura no mundo. “Eles criaram a microinformática, deram forma à internet, desenvolveram softwares de código aberto e lutam pela liberdade de informação, contra a censura no ciberespaço”, completa.
“Do outro lado estão os caras que invadem computadores para roubar informações, senhas de banco e coisas desse tipo. Eles usam ferramentas prontas que permitem que pessoas com pouco conhecimento possam invadir sistemas. Não são hackers de verdade, a maioria é só ladrão mesmo”, explica Antônio.
O nome “cracker' foi popularizado pelos próprios hackers, na tentativa de diferenciar seu trabalho da ação de criminosos. “Ao estereotipar os hackers, a mídia minimiza o trabalho dos principais responsáveis pelo desenvolvimento da computação”, conta André. Enquanto isso, os hackers de verdade, continuam atuando, principalmente no desenvolvimento de software livre e no ativismo na Internet.