A Conquista do Rock
Iside Heatred é um dos destaques do metal da cidade
“A melhor do interior da Bahia”, resume Vitor Quadros, 20, referindo-se à cena de rock de Vitória da Conquista. Vítor faz curso pré-vestibular, é voluntário do Greenpeace, participa de um coletivo em prol dos direitos animais e tem uma banda de punk rock chamada Princípio Ativo. Dia 30 de julho, a banda dele participa do MTV Banda Antes na Estrada, junto com Ardfeto [também Conquista], Rock Rocket, Daniel Belleza & os Corações em Fúria e Ecos Falsos [as três de Sâo Paulo], Faichecleres [Paraná], Zefirina Bomba [Paraíba] e Vanguart [Minas Gerais].
Ele não é o único a achar que o rock de Conquista é o melhor do interior da Bahia. “A cena daqui é uma das melhores do Estado. Existem inúmeras bandas underground, o que faz com que a cidade tenha uma boa representatividade no cenário baiano”, conta Williem da Silva Barreto, 21, estudante de direito na Uesb e baterista da banda de metal Pectus Maculosus.
“As coisas estão acontecendo muito rápido por aqui. As bandas e os promotores de eventos ainda não estão preparados para uma cena mais profissional, mas estamos caminhando para isso”, pondera Nem, 33, vocalista da banda de punk rock Cama de Jornal, um dos grupos mais antigos de Conquista.
Completa - Verdade, a cena de rock em Conquista tem tudo que uma cena deve ter: selo [Tosco Todo], distribuidora [Sempre em Frente], fanzines [Célula Zine e Auto-Gestão], site, programa de rádio [O Som da Tribo, na 96 FM] e loja [Rock Xpress]. “Há muito tempo eu percebi que a internet pode contribuir para a divulgação das bandas independentes. Por isso criei um selo virtual”, explica Nem que também coordena o selo Tosco Todo.
Outra iniciativa importante é o Célula Zine, um fanzine independente com textos, charges e notícias sobre as bandas, distribuidoras da cidade. “Ter um fanzine no interior é interessante. Aqui a maioria das pessoas tem acesso apenas à grande mídia, tendenciosa e burguesa. O fanzine cria um canal alternativo de informação”, conta Lazaro Ribeiro, 24, o editor do Célula Zine que também toca [guitarra] no Cama de Jornal.
Metal da Morte / Iside Hatred se propõe a tocar um Death Metal Brutal, com influência de Headhunter DC, Incantation e Deacapitated. O som é mesmo brutal, a bateria rápida e o vocal gultural, mas parece faltar alguma criatividade nos arranjos.
Ouça:
Paradise of the Blind
Empire in Decadence
Velha escola / Cama de Jornal toca um tipo de punk e hardcore anterior à invasão do emo. Letras políticas, melodias simples, guitarras cruas, e com forte influência do Dead Kennedys no vocal. Para quem gosta de Inocentes, Cólera e outras bandas de punk dos anos 80, é uma boa pedida.
Ouça:
A Droga Acabou
A Revolta dos Miseráveis