Pergunta da semana:
O que você acha do regime socialista cubano?
Comentário[s]

8/15/2006


Compre o disco pela capa


Cabeças decepadas boiando em um mar de sangue. No centro, um homem tatuado, caolho, sem braços, imerso até os joelhos. Seu rosto lembra o de Jesus Cristo. No canto está o logotipo da banda.

Seja através das cores, imagens ou tipografias, é muito fácil perceber que tipo de música está por trás de cada capa de CD. Não é preciso ser especialista para saber que esta figura só poderia estar na capa de um disco de metal – no caso “Christ Illusion“, do Slayer.

“A capa é a primeira impressão que você tem do disco. É o que alimenta a sua imaginação para o que está ali dentro e pode fazer você comprar ou não“, conta Gabriel Zander, vocalista da banda de hardcore carioca Noção de Nada, que lança seu novo álbum, “Sem Gelo“, neste mês.

DESIGNER – O responsável pela parte gráfica deste disco foi o designer baiano Leo Vilas, 24.

“Nesta capa, foi criada uma arte que representa os botecos cariocas, mas com uma linguagem da Tropicália“, conta. Leo é formado em design gráfico e, além do Noção de Nada, já trabalhou para bandas como a paulista Paura e as baianas Lumpen e Flauer.

“Costumo dizer que a arte de um disco é mais importante do que a música. Não adianta o conteúdo ser bom se ele não causa muito interesse ao público”, opina.

NA BAHIA – Os trabalhos de Leo Vilas, Edson Rosa [dos dois discos de Ronei Jorge e os Ladrões de Bicicleta], Cristobal Fraga [Mirabolix] e Biano Moreira [Malcom, Intra e Minnuit] são representantes de uma época em que as capas dos discos, pôsters e outros materiais gráficos do rock baiano estão cada vez melhores.

É um movimento análogo às facilidades da gravação digital.

“Tenho visto bons trabalhos por aqui. Hoje existem mais cursos em design gráfico e quem se interessa está investindo“, explica Leo.

”Acho que a melhora tem sido a facilidade de encontrar e pesquisar na internet muitas coisas que antes eram restritas. Quando não dá para comprar um livro, eu pesquiso na internet ou até mesmo compro por sites algum livro ou material que não se tem acesso por aqui“, completa Biano.

LP – Mas a relação entre música e imagem é mais antiga do que a internet. E dizem até hoje que as capas dos LPs eram melhores do que as dos discos digitais de hoje.

Nos anos 60, alguns pintores famosos se dedicaram a ilustrar um disco de música pop. Além das famosas capas de Andy Warhol para o Velvet Underground e Rolling Stones, vale destacar o trabalho do cartunista Robert Crumb. Ele fez lindas capas para discos ótimos, como o “Cheap Thrills“, de Janis Joplin – todas com seu característico traço de cartum.

Dizem que não se deve julgar um livro pela capa. Mas eu compraria estes discos, nem que fosse para decorar meu quarto.

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Os últimos momentos de El Comandante


Há duas visões distintas quando se fala de Cuba. A da ditadura opressora das liberdades individuais ou a do governo revolucionário e promotor de justiça social. Da mesma maneira, há duas formas de ver o povo cubano. A do socialista que vive as dificuldades de sua terra ou o que fugiu ou quer fugir para Miami em botes precários. No centro desses dois olhares sobre a ilha encontra-se a figura carismática de Fidel Castro.
Sem aparecer em público desde que foi internado para realizar uma cirurgia no intestino [apenas em fotos divulgadas no último domingo], há cerca de 15 dias, as pessoas começaram a especular sobre o real estado de saúde de El Comandante. Com 80 anos de vida completos no último dia 13 e depois de 47 anos de Revolução, o destino de Fidel parece determinante para o destino de Cuba. Na linha de sucessão imediata está seu irmão Raúl Castro, que no momento já realiza interinamente as funções de presidente do país.
A tarefa de transição é aparentemente complicada por causa da campanha contra o regime cubano que os EUA já começaram a empreender por meio de discursos da secretária de Estado Condoleeza Rice a favor da “democracia”. Ainda assim, Fábio Guedes, professor de Economia Política Internacional das Faculdades Jorge Amado, pensa que não haverá intervenção direta do governo americano na ilha. “A propaganda contra o regime tende a aumentar. Especialmente por conta dos cubanos que vivem nos EUA. Mas o interesse do país é no Oriente Médio.”
A luta dos EUA contra Cuba é antiga e se acirrou com o bloqueio econômico e comercial à ilha a partir de 1962, três anos após a Revolução. Mas o que pretendia ser uma forma de minar o regime ironicamente se tornou um fator para o seu fortalecimento.
A partir daquele momento, não manteriam qualquer tipo de relação comercial com a nação cubana nem com nenhuma de suas organizações. Empresas norte-americanas espalhadas pelo mundo também são proibidas de manter comércio com Cuba. Nenhum país pode exportar produtos dos EUA ou fabricados com matéria-prima norte-americana para a ilha. Como os EUA são a principal economia do mundo, restam poucas alternativas aos cubanos.
”A ajuda da União Soviética nos primeiros anos da Revolução e os investimentos em saúde e educação não permitiram que Cuba morresse de inanição“, diz Fábio Guedes.
Sobrevivência – Para o professor, a sobrevivência do regime não está subordinada à presença de Fidel Castro. “Assim como o McDonald‘s é um símbolo do capitalismo, Fidel é o símbolo de um processo histórico que instaurou a Revolução em Cuba“, explica.
A continuidade do socialismo na ilha, de acordo com Guedes, depende da escolha de quem vive lá. “O número de pessoas que sai de Cuba é menor do que o de pessoas que saem do México. Elas võ embora, não à procura de emprego, educação e saúde, mas porque não concordam com o sistema. Os valores socialistas estão enraizados na juventude. Até que ponto eles vão querer trocar esses valores pelo individualismo da sociedade de consumo?“

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Ruim por fora, pior por dentro



Se quiser dar algumas risadas, visite o "Museu das capas de disco ruins". Tem capa para todos os (maus) gostos, desde fotos pretensamente sensuais até montagens pseudo-inteligentes. O site organiza as imagens por temas, gêneros e até por artistas (o Queen tem um seção exclusiva). Resta saber na música eles conseguem ser pior que na capa. É bem possível.

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8/13/2006


Conheça o Capitão Cometo



Trailer


As Aparências Enganam


Este super herói é criação da Oxiúros Filmes, um grupo de jovens realizadores que exercitam a arte cinematográfica com recursos próprios e sem a utilização de equipamento profissional. Veja outros filmes deles.

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8/10/2006


O homem que enfrentou a máquina

Pode não ser herói, mas vai entrar para a história. Ao menos nas próximas semanas.



George Galloway é um membro do parlamento britânico conhecido por suas posições contra as invasões do Iraque e a política bélica de Blair e Bush. Conheçam o homem através de duas fontes: Wikipedia e site oficial.
A rede Sky News pertence ao magnata da comunicação Rupert Murdoch, dono da rede Fox, além de jornais, revostas, tablóides, emissoras de rádio e todo o aparato midiático. É conhecido por sua postura política conservadora.
A rede árabe Al Jazeera já se refere ao episódio como "O discurso histórico de Galloway", que "pode mudar a face da política britânica".

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8/08/2006


Você se lembra daquela praça?

O Museu da Pessoa coleciona histórias, sejam elas bonitas, emocionantes ou normais. Em tempos de polêmica pelo depoimento "da calcinha babada" em novela de Manoel Carlos, vale uma visita.
Mas antes de mais nada, uma observação: a maioria das histórias avulsas ou reunidas em exposições temáticas vem dos estados do sudeste, em especial São Paulo, Rio e Minas. Cadê a Bahia e os outros estados do país? Vão lá e contem histórias, pessoal. Um estado que não tem memória não sabe o estado que é, já diria Fernanda Montenegro.

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8/02/2006


O som de tambores e picapes

p/ Neila Santos


O Festival da Paz deste domingo não traz muitas novidades, principalmente em suas atrações. Como sempre, no palco do evento vão tocar os “sucessos“ do pop/rock nacional – neste ano, serão Jota Quest, o insuportável Armandinho do Reggae e Los Hermanos, que tocam por aqui de 15 em 15 dias. Público garantido.O espaço para as bandas baianas se resume a um show de Diamba, que segue a mesma lógica só que em escala menor.

Seria tudo o mesmo de sempre se não fosse a apresentação de três bandas da ONG baiana Eletrocooperativa – que tem como objetivo a inclusão social e musical.Os grupos Afrogueto, Império Negro e Eletropercussiva vão ter apenas 30 minutos para se apresentar, nos intervalos entre os shows principais. Depois, todos vão se reunir no palco para fazer um show conjunto. É pouco tempo, mas é a única coisa que salva o Festival da Paz da mesmice.

“A gente está quebrando as barreiras para o rap em Salvador.Por isso é importante tocar em um festival bem estruturado como este“, conta Xarope, do Império Negro. Mas parece que as três bandas de rap têm mais a oferecer ao público do evento do que o Festival da Paz [que prega a inclusão social, mas cobra R$ 30 para ficar na pista e entre R$ 70 e R$ 100 para os camarotes] pode acrescentar em suas carreiras.

PODE MISTURAR – Os três grupos têm propostas muito semelhantes, que dizem respeito à mistura da batida eletrônica com a percussão baiana, vocais de rap e letras com críticas sociais. “A filosofia da Eletrocooperativa é resgatar a ideologia do tambor com a cultura da picape“, conta MC Loco, da Eletropercussiva.

Esse tipo de sonoridade é interessante, especialmente em uma época em que o rap brasileiro [principalmente em São Paulo, mas também no Rio] fica cada vez mais conservador. As batidas do rap americano são assimiladas sem maiores problemas por rappers como MV Bill e os integrantes dos Racionais MCs – para retratar a realidade da favela brasileira. Já a mistura com outros ritmos quase nunca é bem vista pelos fãs do gênero – é só notar a reatividade com que o trabalho de Marcelo D2 ou o novo disco de Rappin Hood, por exemplo, é recebido pelos integrantes do movimento hip-hop.

“Ninguém no mundo faz o que nós fazemos, misturar rap com a tradição dos tambores afro-baianos“, conta Jorgeilton “Paizão“, da Eletropercussiva.“Temos até uma música chamada ‘Pode Misturar‘. É que a gente mistura mesmo“. O resultado geralmente é bom.


Ensaio da Eletropercussiva

POUCOS TAMBORES – O grupo Império Negro é o que está mais próximo do rap paulista. As letras falam do cotidiano das favelas soteropolitanas e as batidas geralmente são bem ortodoxas, pouco se ouve dos tambores baianos nas músicas da banda.Apesar disso, em algumas faixas, além do raggamuffin, dá para ouvir alguns ritmos do candomblé.

No meio do caminho está o Afrogueto, em cujas canções já dá para ouvir uma batida de samba por aqui ou um tambor acolá. A união entre a batida do rap e dos tambores baianos pode ser realmente ouvida nas músicas da Eletropercussiva – essa mistura já pode ser vista no nome da banda. O grupo quase abdica do modo de cantar do rap, em favor de um canto próximo ao manguebeat.

Até a batida baiana tirar quase vira um maracatu tocado com bumbos e timbales. “Pode Misturar“ ou “Mandai Alforria” poderiam ser facilmente encontradas em um disco da Nação Zumbi. Em outras músicas, como ”Saudações do Quilombo” eles chegam mais perto da apropriação da batida baiana.

A idéia é boa, mas falta levar o projeto para frente e investir em arranjos mais complexos. Por enquanto, resta subir ao palco do festival e ver a reação do público.

Ouça:
Império Negro - Desgosto
Império Negro - Relógio
Afrogueto - Evoluem os que mais agem
Afrogueto - Rolé
Eletropercussiva - Saldação dos Quilombos
Eletropercussiva - Mandai Alforria

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No Headfone


Danilo Fraga escuta
Milestones

Miles Davis




Andréa Lemos escuta
Prolonging the Magic
Cake



Nadja Vladi escuta
The Shine of Dried Electric Leaves
Cibelle



Pedro Fernandes escuta
Excerpts from the Diary of Todd Zilla
Grandaddy



Iansã escuta
Veneer
Jose Gonzales



Tati Mendonça escuta
Trilha de Amélie Poulain
Yann Tiersen


Camilla Costa escuta
Trilha Sorora de A Hora de Voltar
Vários


Na Cabeceira


Iansã lê
Crônicas vol.1
Bob Dylan


Andréa Lemos lê
O Lobo da Estepe
Hermann Hesse



Danilo Fraga lê
Como Dois e Dois são Cinco
Pedro Sanches


Nadja Vladi lê
Ficções
Jorge Luís Borges


Pedro Fernandes lê
Valentina: Crepax 65-66
Guido Crepax


Tati Mendonça lê
Um Rio Chamado Tempo, Uma Casa Chamada Terra
Mia Couto


Camilla Costa lê
Dom Quixote de La Mancha
Cervantes


Mapa da Mina

Terça 15/08

A peça Murmúrios, baseada no texto "Pedro Páramo", de Juan Rulfo conta a história de um garoto que viaja para a terra de sua mãe em busca do pai. Lá, encontra a morte e o eterno retorno às suas circunstâncias.
Espaço Jequitaia [Calçada]
20h
Grátis [senhas no local a partir das 19h]

Quarta 16/08

A exposição Olhares Baianos – A Gosto da Photographia Ano II reúne trabalhos de artistas como Antônio Olavo, Andréa Fiamenghi, Lázaro Roberto, Célia Seriano e Mário Neto. A programação inclui palestras e oficinas. Até o dia 26
Galeria Acbeu [Vitória]
Das 14h às 20h
Grátis

Quinta 17/08

A peça Extraordinárias Maneiras de Amar é uma aventura pelo universo feminino, inspirada livremente no livro "Contos de Eva Luna", de Isabel Allende. O texto, a direção e a atuação são de Meran Vargens.
Teatro XVIII [Pelourinho]
20 h
R$ 4

Sexta 18/08

Projeto Vale O Quanto Pesa com Jazz Rock Quartet, Alex Pochat e Os Cinco Elementos
23h30
R$ 7
Festival de Inferno com Los Canos, Vinil 69 e Paulinho Oliveira
Zauber [Ladeira da Misericórdia]
22h
R$ 10

Sábado 19/08

Garage Fest, com Leela, Mosiah e Malcom
Garage [Feira de Santana]
21h
R$ 13 [pista]
Brotas Roots Rock Reggae com Os Algas, Vulgo e Inoxidáveis
Rua Frederico Costa [Brotas]
13h
R$ 5

Segunda 20/08

Atrito Rock Fest com Aditive, Djunks, Outspace
Papagayos [Patamares]
14h
R$ 10 + 1 kg de alimento

Mentinsana com Underchaos, Barulho S/A e outras
Espaço Solar [Joana Angélica]
14h
R$ 4

Domingo 13/08

Estréia do clipe Tijolo a Tijolo, Dinheiro a Dinheiro, do baiano Lucas Santana, com direção de Luis Baia e Pedro Amorin
MTV Lab
20h30

A Vida e A Obra de Samuel Becket
Teatro Vila Velha [Passeio Público]
Das 9h às 18h
Gratuito

Imperdível

Sexta-feira
18/8
Obrigado Por Fumar
nos cinemas
R$ 7 [em média]


Cinismo antitabaco


"Obrigado Por Fumar" [Thank You For Smoking] conta a história de Nick Naylor [Aaron Eckhart], um porta-voz de uma grande companhia de tabaco que tem como função passar uma boa imagem da indústria do fumo.
Ao custo de manipulação de informações e contratos com agentes de Hollywood, ele tenta combater a campanha antitabaco de um senador que pretende colocar rótulos de venenos nas embalagens de cigarro.
O filme é uma sátira que acompanha o dia-a-dia de Nick, que inclui tentar ser um exemplo para o seu filho de 20 anos. A direção é do estreante Jason Reitman e tem no elenco Katie Holmes, Rob Lowe, Robert Duvall e William H. Macy.

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