O Genoma da Música
Abriram a caixinha de música de Pandora.com e mapearam o “código genético” das canções
Danilo Fraga
A música está em todo canto: no rádio, no carro, no cinema e na internet. É tanta música que fica difícil escolher o que ouvir – e o porquê . Por isso, o pesquisador Tim Westergren e um grupo de musicólogos de Stanford dedicaram-se por seis anos ao projeto “Genoma da Música“.
A face mais visível do genoma está no Pandora.com. Como no Last.fm, o site pede para que você digite sua canção favorita e promete tocar outras igualmente boas. Mas, se o Last.fm escolhe as canções a partir das preferências de outros usuários , no Pandora, a escolha é feita por um software. “Nosso sistema analisa o DNA de sua canção favorita e procura outras que tenham uma certa familiaridade”, explica Tim.
Durante o desenvolvimento do genoma, sua equipe analisou 400 mil músicas de 20 mil artistas. “Analisamos desde melodia, ritmo e harmonia, até a instrumentação, arranjo, letra e voz”, explica. Ele garante ter encontrado cerca de 400 “genes“ capazes de mapear a música pop. “Queremos capturar a essência da música”, garante.
Ainda há poucas canções brasileiras analisadas. “A música brasileira é particularmente complexa. Precisamos de mais genes para dar conta de suas influências étnicas e rítmicas", afirma. Tim pretende começar este ano um novo projeto para mapear a música de todo o mundo.
Nos papéis estavam compilados os estudos de Lomax e sua equipe da Universidade de Columbia. Eles haviam codificado música e dança de centenas de culturas ao redor do planeta. E estudavam a relação entre elas a partir da cantometria e da coreometria, metodologias desenvolvidas por Lomax.
O objetivo do encontro entre Naimark e Lomax era discutir o lançamento do “Jukebox Global“, um banco de dados multimídia que reuniria os estudos de Lomax. O software, que começou a ser desenvolvido em 1989, deveria contar com 4 mil músicas e mil vídeos de fenômenos musicais de mais de 400 culturas – além das análises de Lomax e sua equipe.
O resultado final ficou confuso e o “Jukebox Global“ nunca foi lançado comercialmente.
Mas Tim Westergren garante que o “Genoma da Música“ não teve influência direta do projeto de Lomax. “Seu esforço era ampliar o conhecimento sobre música. Eu quero apenas ajudar as pessoas a encontrar boas canções”, garante.
Abriram a caixa de Pandora. Só resta saber se existe algo de interessante lá dentro. Saiba.