Pergunta
da semana: O
que você acha do regime socialista cubano? Comentário[s]
8/02/2006
O som de tambores e picapes
p/ Neila Santos
O Festival da Paz deste domingo não traz muitas novidades, principalmente em suas atrações. Como sempre, no palco do evento vão tocar os “sucessos“ do pop/rock nacional – neste ano, serão Jota Quest, o insuportável Armandinho do Reggae e Los Hermanos, que tocam por aqui de 15 em 15 dias. Público garantido.O espaço para as bandas baianas se resume a um show de Diamba, que segue a mesma lógica só que em escala menor.
Seria tudo o mesmo de sempre se não fosse a apresentação de três bandas da ONG baiana Eletrocooperativa – que tem como objetivo a inclusão social e musical.Os grupos Afrogueto, Império Negro e Eletropercussiva vão ter apenas 30 minutos para se apresentar, nos intervalos entre os shows principais. Depois, todos vão se reunir no palco para fazer um show conjunto. É pouco tempo, mas é a única coisa que salva o Festival da Paz da mesmice.
“A gente está quebrando as barreiras para o rap em Salvador.Por isso é importante tocar em um festival bem estruturado como este“, conta Xarope, do Império Negro. Mas parece que as três bandas de rap têm mais a oferecer ao público do evento do que o Festival da Paz [que prega a inclusão social, mas cobra R$ 30 para ficar na pista e entre R$ 70 e R$ 100 para os camarotes] pode acrescentar em suas carreiras.
PODE MISTURAR – Os três grupos têm propostas muito semelhantes, que dizem respeito à mistura da batida eletrônica com a percussão baiana, vocais de rap e letras com críticas sociais. “A filosofia da Eletrocooperativa é resgatar a ideologia do tambor com a cultura da picape“, conta MC Loco, da Eletropercussiva.
Esse tipo de sonoridade é interessante, especialmente em uma época em que o rap brasileiro [principalmente em São Paulo, mas também no Rio] fica cada vez mais conservador. As batidas do rap americano são assimiladas sem maiores problemas por rappers como MV Bill e os integrantes dos Racionais MCs – para retratar a realidade da favela brasileira. Já a mistura com outros ritmos quase nunca é bem vista pelos fãs do gênero – é só notar a reatividade com que o trabalho de Marcelo D2 ou o novo disco de Rappin Hood, por exemplo, é recebido pelos integrantes do movimento hip-hop.
“Ninguém no mundo faz o que nós fazemos, misturar rap com a tradição dos tambores afro-baianos“, conta Jorgeilton “Paizão“, da Eletropercussiva.“Temos até uma música chamada ‘Pode Misturar‘. É que a gente mistura mesmo“. O resultado geralmente é bom.
Ensaio da Eletropercussiva
POUCOS TAMBORES – O grupo Império Negro é o que está mais próximo do rap paulista. As letras falam do cotidiano das favelas soteropolitanas e as batidas geralmente são bem ortodoxas, pouco se ouve dos tambores baianos nas músicas da banda.Apesar disso, em algumas faixas, além do raggamuffin, dá para ouvir alguns ritmos do candomblé.
No meio do caminho está o Afrogueto, em cujas canções já dá para ouvir uma batida de samba por aqui ou um tambor acolá. A união entre a batida do rap e dos tambores baianos pode ser realmente ouvida nas músicas da Eletropercussiva – essa mistura já pode ser vista no nome da banda. O grupo quase abdica do modo de cantar do rap, em favor de um canto próximo ao manguebeat.
Até a batida baiana tirar quase vira um maracatu tocado com bumbos e timbales. “Pode Misturar“ ou “Mandai Alforria” poderiam ser facilmente encontradas em um disco da Nação Zumbi. Em outras músicas, como ”Saudações do Quilombo” eles chegam mais perto da apropriação da batida baiana.
A idéia é boa, mas falta levar o projeto para frente e investir em arranjos mais complexos. Por enquanto, resta subir ao palco do festival e ver a reação do público.
Nadja
Vladi escuta
The Shine of Dried Electric Leaves
Cibelle
Pedro
Fernandes escuta
Excerpts from the Diary of Todd Zilla
Grandaddy
Iansã
escuta
Veneer
Jose Gonzales
Tati
Mendonça
escuta
Trilha de Amélie Poulain
Yann Tiersen
Camilla
Costa
escuta
Trilha Sorora de A Hora de Voltar
Vários
Na Cabeceira
Iansã
lê
Crônicas vol.1
Bob Dylan
Andréa
Lemos
lê
O Lobo da Estepe
Hermann Hesse
Danilo
Fraga lê
Como
Dois e Dois são Cinco
Pedro Sanches
Nadja Vladi
lê
Ficções
Jorge Luís Borges
Pedro
Fernandes lê
Valentina: Crepax 65-66
Guido Crepax
Tati
Mendonça lê
Um Rio Chamado
Tempo, Uma Casa Chamada Terra
Mia Couto
Camilla
Costa lê
Dom Quixote de La Mancha
Cervantes
Mapa
da Mina
Terça
15/08
A peça Murmúrios,
baseada no texto "Pedro Páramo", de Juan Rulfo conta a história de um garoto que viaja para a terra de sua mãe
em busca do pai. Lá, encontra a morte e o eterno retorno às suas circunstâncias.
Espaço Jequitaia [Calçada]
20h
Grátis [senhas no local a partir das 19h]
Quarta 16/08
A exposição Olhares Baianos – A Gosto da Photographia Ano II reúne trabalhos
de artistas como Antônio Olavo, Andréa Fiamenghi, Lázaro Roberto, Célia
Seriano e Mário Neto. A programação inclui palestras e oficinas. Até
o dia 26
Galeria Acbeu [Vitória]
Das 14h às 20h
Grátis
Quinta 17/08
A peça Extraordinárias Maneiras de Amar é uma aventura pelo universo
feminino, inspirada livremente no livro "Contos de Eva Luna", de Isabel Allende. O texto, a direção e a atuação são de Meran Vargens.
Teatro XVIII [Pelourinho]
20 h
R$ 4
Sexta 18/08
Projeto Vale O Quanto Pesa com Jazz Rock Quartet, Alex Pochat e Os Cinco
Elementos
23h30
R$ 7
Festival de Inferno com Los Canos, Vinil 69 e Paulinho Oliveira
Zauber [Ladeira da Misericórdia]
22h
R$ 10
Sábado 19/08
Garage Fest, com Leela, Mosiah e Malcom
Garage [Feira de Santana]
21h
R$ 13 [pista]
Brotas Roots Rock Reggae com Os Algas, Vulgo e Inoxidáveis
Rua Frederico Costa [Brotas]
13h
R$ 5
Segunda
20/08
Atrito Rock Fest com Aditive, Djunks, Outspace
Papagayos [Patamares]
14h
R$ 10 + 1 kg de alimento
Mentinsana com Underchaos, Barulho S/A e outras
Espaço Solar [Joana Angélica]
14h
R$ 4
Domingo 13/08
Estréia do clipe Tijolo a Tijolo, Dinheiro a Dinheiro, do baiano Lucas Santana,
com direção de Luis Baia e Pedro Amorin
MTV Lab
20h30
A Vida e A Obra de Samuel Becket
Teatro Vila Velha [Passeio Público]
Das 9h às 18h
Gratuito
Imperdível
Sexta-feira
18/8
Obrigado Por Fumar
nos cinemas
R$ 7 [em média]
Cinismo antitabaco
"Obrigado Por Fumar" [Thank
You For Smoking] conta a história de Nick Naylor [Aaron Eckhart], um
porta-voz de uma grande companhia de tabaco que tem como função passar
uma boa imagem da indústria do fumo.
Ao custo de manipulação de informações e contratos com agentes de Hollywood,
ele tenta combater a campanha antitabaco de um senador que pretende colocar
rótulos de venenos nas embalagens de cigarro.
O filme é uma sátira que acompanha o dia-a-dia de Nick, que inclui tentar
ser um exemplo para o seu filho de 20 anos. A direção é do estreante
Jason Reitman e tem no elenco Katie Holmes, Rob Lowe, Robert Duvall e
William H. Macy.