Pergunta da semana:
O que você acha do regime socialista cubano?
Comentário[s]

6/30/2006


Canis Familiaris


os cães se aproximaram devagar. depois de muito tempo se sofisticaram. apenderam que a carne ficava mais saborosa regada à adrenalina. o cheiro da urina da vítima tinha se tornado uma espécie de sineta pavlovniana que aumentava a salivação dos animas. privação condicionada pode ser uma experiência tão fascinante quanto perigosa.
era um experimento científico. tanto quando colocar bombas no rabo de um gato e observar sua reação pode ser considerado um experimento científico.
a fábrica havia sido abandonada há uma semana e só restaram os cinco cães que guardavam o pátio. durante um ano um velho compadecido se arrastou até o muro do prédio por cima de onde jogava restos de comida que recolhia no bairro. "é para os cães". repetia de porta em porta todos os dias depois da uma da tarde.
em um ano o velho estava morto e ninguém lembrou de alimentar os cães. apenas eu. mas não o fiz imediatamente. era um experimento científico, devo lembrar. durante duas semanas os observei latir famintos. na terceira semana vi a carcaça de uma galinha já morta ser devorada em minutos pelos dois maiores.
interrompi a alimentação semanal até que o primeiro deles foi devorado, o mais franzino. Quando, ao final de dois meses, restaram apenas os dois mais fortes voltei a alimentá-los.
minha mãe chorou a fuga do poodle durante dois meses depois de espalhar rídículos cartazes de procura-se com o nome bolinha sob o focinho patético do animal.
quando os vira-latas do bairro estavam praticamente extintos me perguntei se era hora de parar o experimento com os cães. talvez a próxima fase devesse incluir a observação do comportamento humano diante do fim.
nada concluí. apenas que os cães gostam do cheiro de urina.

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A última FM

Meu perfil na Last.FM

Na Last.FM todos os ouvintes são programadores de rádio. Você entra, se cadastra, baixa um programa e indica sua banda favorita. O site consulta um banco de dados formado a partir das preferência dos ouvintes e desenvolve uma lista de artistas que tem a ver com você, a partir de uma cadeia de gostos em comuns.

O site também funciona como um tipo de Orkut, onde você tem um perfil, adiciona pessoas, faz parte de comunidades e discute música. É bem legal.

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Hey Bo Diddley

Bo Diddley e sua famosa guitarra quadrada

Bo Diddley não criou os refrões mais famosos da história do rock. Isso quem fez foi Chuck Berry ("Jonny B. Goode") e Little Richards ("Tutti Frutti"). Bo Diddley não enlouqueceu as fãs com sua sensualidade. Isso quem fez foi Elvis ou, no máximo, Jerry Lee Lewis. Também não criou riffs memoráveis ou virtuosos - na verdade, muitas de suas canções são compostas de apenas um acorde repetido indefinidamente. Era negro, gordinho e usava óculos. Por isso não entrou para a história.

Mas quem Bo Diddley percebe como ele foi uma influência marcante para muita gente. Você ouve Bo Diddley e acha que é Rolling Stones, ouve Bo Diddley e acha que é The Animals. Não é por menos, a batida criada por ele – a jungle beat – passou pelas mãos de todo esse povo.

Apesar de não ser um grande vendedor de discos nos EUA, Diddley era considerado um astro do porte de Chuck Berry e Muddy Waters na Inglaterra. Os garotos ingleses encontraram nele o suingue que faltava em seus corpos brancos - não é a toa que grupos como Yardbirds, Animals e Rolling Stones tenham feito covers de suas canções.

O mais irônico é que foi exatamente quando os Beatles e os Rolling Stones começaram a fazer sucesso na América, que o interesse pela obra de Diddley diminuiu. Ele continuou tocando e chegou a fazer uma turne com o The Clash, banda influenciada por sua música, em 1979.


Bo Diddley tocando ao vivo em 1970. Repare no sambinha da dançarina

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A casa

Aida Vitória*


Entrara ele numa casa, a qual o recordara de um tenebroso acontecimento:
A sala axadrezada estava intacta como ele a havia deixado: o abajur aceso, as almofadas cor de carmim remexidas sob o sofá de couro preto, o par de copos desvirginados pelo calor e a textura do uísque, que com o passar do tempo os cubos de gelo que o equilibrava sugara-lhe as energias que possuíra, eram sustentados por uma peça centralizada, que deixava marcas por seu peso sob o tapete: vermelho-púrpura, de veludo.

Subira lentamente as escadas deslizando seus dedos no corrimão, que dançava em círculo, (hipnotizando quem olhar o seu interior), ela mexia o quadril uma única vez se você a acompanhasse, terminava em um silencioso corredor, que nos trazia opções de destino, opinara ele pela ultima porta no final do corredor, sua pulsação acelerava a cada melancólico passo dado, buscando ar naquela atmosfera impura.

Sobrou um passo para finalizar o corredor, quando ele percebera que a porta estava entreaberta.
Abriu a porta delicadamente com os seus dedos ásperos disparando-se com o encontro dos amantes sobre sua cama, onde sua mulher buscava ali como o seu passa-tempo, apenas sossego.

Voltou pelo seu mesmo percurso em direção a seu escritório que se localizava à esquerda da sala de estar. Seu sangue galopava cada vez mais, seu amor fora anestesiado pelo desespero e suas lagrimas conseqüência daquela imensa tortura, sentou em sua poltrona, que naquele momento não o agradava mais e se desatou a chorar, abaixou a cabeça e ao levanta-la deslizando seus dedos em seus sedosos fios cabelo, seus olhos, que queimava, direcionou-se para a ultima gaveta da escrivaninha e apanhou um 38, enrolado num pano branco, colocou-o em cima da mesa e retirou a arma dos cuidados do pano, que junto a ele estavam as balas. Tremendo, tentava coloca-las.

A escada mexia o quadril mais rápido, conforme a música agitada e fervorosa.
Quando ele empurrou a porta ela estava se arrumando e seu amante prestes a ir embora. Apontando a arma para ele, o fez despencar janela a baixo, não permitindo a sua fuga e ela com seus olhos estufados de terror, caiu lentamente sufocando, porem não os desviava daquele lago isolado.

Estava trêmulo, fora de si, sentou-se na cama e atirou em sua cabeça.
Acordando assustado, ele olhou subitamente para sua mulher, abraçando-a, dormiu novamente.

* Aida Vitoria tem 15 anos e é estudante
Mande seu conto para cá: dez@grupoatarde.com.br

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Rock Loko 5



Está no ar a quinta edição do Podcast do Rock Loko. Desta vez o programa conta com a participação de Alexandre Matias, jornalista responsável pela Trama Virtual. Ouça.

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6/29/2006


O Punk é Americano 2

Leiaa primeira parte dessa história

Os Matadores de Batom -
De volta a Nova Iorque, a cena punk se formava definitivamente no começo dos anos 70. Algumas bandas faziam um som que partia da influência mútua do rock simples do Glam e a sujeira e
agressividade do Velvet Underground, entre elas o New York Dolls [as bonecas de Nova Iorque]. Os Dolls eram os Rolling Stones depois de ver um filme de terror - ou
de pornô, vai saber. Essa influência dos Rolling Stones no punk ainda é pouco descutida: o som da banda e sua imagem são reflexos exagerados dos Stones. O rock and roll simples, com riffs característicos, as letras sobre sexo e drogas e a voz e performance sexys da banda de Mick Jagger estão lá. Só que exagerados. A performance da banda também pode ser entendida por este argumento. Eles são uma hipertrofia do rebolado de Mick
Jagger. Rock como o Rolling Stones, barulhentos como o Stooges e andrógenos como David Bowie. Assim eram os New York Dolls.

NY Dollsforam a melhor banda de "rock travesti" de todos os tempos

Com o fim dos Beatles e a ascenção do rock progressivo, o New York Dolls estava em alguma garagem cercada de lixo e drogas e queria mesmo é fazer rock'n'roll como se fazia antes. Porém, com um toque extra de extravagância. Muito influenciados pelo glam rock, os Dolls se vestiam agressivamente e faziam shows maravilhosamente caóticos.

Geração Vazia - Richard Hell pode ser considerado o primeiro artista a ter uma postura realmente punk que foi imitada e é usada como inspiração até hoje. Ele criou parte da moda punk que é usada até hoje, os cabelos espetados, as roupas rasgadas e as frases de efeito [como Kill Me Please]. Richard conviveu com Malcolm McLaren [que era produtor do New York Dolls] e dizem que Malcolm usou sua convivência com Richard para criar o visual dos Sex Pistols [banda que ele produziu anos depois].

Richard Hell teve três bandas importantes: Television, Heartbrakers e Voidoids. O Television foi a primeira banda de punk rock a tocar no CBGB inaugurando o club para os sucessos
posteriores como Ramones e Patti Smith Group. Seu primeiro álbum: Marquee Moon, foi muito bem recebido tanto por críticos como pelo público e ainda hoje o Television é classificado como uma das melhores bandas de
todos os tempos graças a este album.

Richard Hell gravou o melhor disco de punk rock de todos os tempos, mas não influenciou quase ninguém

Mas bom mesmo era o Voidoids e, em especial, seu primeiro álbum "Blank Generation". O estilo da banda é bastante original, uma mistura bastante sofisticada de rock com toques característicos de funk e, principalmente,de jazz. O vocal singular de Richard Hell, completamente erótico, afetado, meloso e cheio de fricotes, e a guitarra-solo histérica de Ivan Julian são a marca registrada do grupo. De sobra, a bateria de Marc Bolan antes de se juntar aos Ramones e se tornar Marky Ramone.


Richard Hell e os Voidoids tocando Blank Generation and Love Comes no CBGB em 1977


O lugar mais punk do mundo - O CBGB é o lugar mais punk do mundo - um clube musical em Manhattan, New York. Foi lá que o Television fez seus primeiros shows, assim como os Ramones, Dead Boys e todas as outras bandas do punk novaiorquino. Anos depois tocaram lá também o Blonfie, The Strokes, Elvis Costello e The Misfits e todos personagens importantes para a musica dos anos 70 e 80 nos Estados Unidos. Ou seja, o CBGB é o lugar mais punk do mundo.

1975, Connecticut, EUA - Três jovens, Eddie McNeil (Legs McNeil posteriormente), John Holmstron e Ged Dunn, decidem trabalhar juntos durante as férias. "Acho que devíamos lançar uma revista" sugere John, "se a gente tivesse uma revista, poderia beber de graça. As pessoas nos dariam bebida de graça." acrescenta. Eles queriam escrever sobre a realidade de suas vidas, o que não tinha espaço em lugar nenhum. "Cheeseburgers, reprises na TV, trepar, quadrinhos, filmes B e Rock n'Roll". Desse trabalho nasceu a revista Punk. Estava batizada a criança.

Londres Chama - Somente em 76, depois da turnê londrina dos Ramones, que os garotos do Sex Pistols e o The Clash, tomam coragem para formar suas próprias bandas. Em 77 temos a explosão do punk inglês com cabelos coloridos, estratégia de marketing e tudo mais. Para Legs McNeil essa data simboliza o fim do punk.


Dead Boys tocando Sonic Reducer em 77 no CBGB. Parece com Sex Pistols?


Leia mais:
Mate-me Por Favor
Legs McNeil e Gillian McCain
Esta é a história definitiva e nunca antes contada sobre os anos 70 e a Blank Generation. Narrando o nascimento do qe hoje se chama punk, desde a Factory de Andy Warhol até o Max’s Kansas City nos anos 60 e 70, chegando ao Reino Unido nos anos 80.

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MP3 não diminui as vendas de CDs

Um Player MP3 com a cara do Winamp desenvolvido pela Mobilewhack

A Indústria musical frequentemente acusa a troca de arquivos de Mp3 como responsável pela atual diminuição das vendas nas lojas de CD. Nos últimos anos, as grandes gravadoras desenvolveram uma campanha contra o Napter, e todos seus filhos. Porém, uma pesquisa realizada nos Estados Unidos concluiu que: "No máximo, a troca de arquivos só pode explicar uma pequena fração do declínio das vendas na indústria musical". Felix Oberholzer-Gee da Universidade de Harvard e Koleman Strumpf da Universidade da Carolina do Norte rastrearam milhões de downloads de música na interner atrevés do OpenNap file-trading network e os compararam com as vendas de CD que contém as mesmas músicas para, a partir daí, medir a influência das Mp3 no mercado fonográfico.
Oberholzer-Gee e Strumpf monitoraram mais de 680 álbuns de diversos gêneros musicais baixados no segundo semestre de 2002. Eles utilizaram um programa que monitoravam automaticamente os downloads e comparavam esse arquivo com as mudanças nas vendas dos mesmos álbuns, procurando estabelecer alguma ligação entre os dois. As canções mais copiadas não apresentaram qualquer diminuição de vendas. Na verdade, os álbuns que venderam mais de 600,000 cópias durante esse período aparentaram vender mais, quanto mais forem copiados na Internet. Para Oberholzer-Gee e Strumpf, "do ponto de vista estatístico, isso significa que não há efeito entre os downloads e a diminuição de vendas".
A Recording Industry Association of America (RIAA), que representa as maiores companhias da indústria fonográficas, aponta para outros estudos que sugerem que existe sim relação entre o declínio das vendas de Cds e o crescimento da troca ilegal de arquivos. "Dezenas de pesquisas confiáveis têm demonstrado que a troca de arquivos ilegais tem impacto direto na venda de CDs," afirma Amy Weiss, representante da associação. As pesquisas têm indicado que aqueles que copiam mais arquivos “ilegalmente” são aqueles que menos compram música por “meios legais”. A RIAA tem concentrado seus esforços na diminuição da troca de arquivos de música online. A tática mais dramática da associação tem sido rastrear centenas de usuários de Mp3 para processá-los por desrespeitar a lei do copyright.
Oponentes dessas táticas, como alguns grupos de consumidores, músicos e estudiosos de música, acusam a indústria fonográfica de subestimar a importância da troca de arquivos como uma nova potencial de distribuição. Em sua pesquisa, Oberholzer-Gee e Strumpf sugerem que a queda de vendas nas lojas de CDs se deve à atual situação econômica dos EUA e ao aumento dos preços dos CDs.

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O Punk é Americano

Quando alguém pensa nos punks, vem lodo na um grupo garotos com cara de mau, coturnos, calças rasgadas, tatuagens, brincos e piercings por todo corpo, ostentando cabelos coloridos com penteado espetado ou moicano. Parece que foi essa a imagem que ficou do punk. Entretanto, na década de 70 algumas bandas americanas não apresentavam nenhuma dessas características e, apesar disso, foram chamadas de punk.

Esperando pelo homem - Nos anos 60, no auge da cultura hippie multicolorida, alguns jovens começaram a usar jaquetas pretas, calças de couro e a desprezar os ideais de paz. A cultura flower power dos hippies era eminentemente rural en não se encaixava bem nas ruas cinzentas das metrópoles americanas.

Foi desse fenômeno que nasceu o que viria a ser o metal na Inglaterra e o punk nos EUA. O primeiro personagem importante nessa história é Jim Morrison - isso não quer dizer que ele seja punk o que, de fato, ele não era. Mas nas performances pós-hippies do The Doors é possível encontrar alguns dos parâmetros importantes para o punk: as roupas de couro preto e o clima ,um pouco sombrio e agressivo.

Não são os Strokes. Da esquerda para a direita: Nico, Andy Wahrol e o Velvet Underground [Maureen Tucker, Lou Reed, Sterling Morrison e John Cale]

Mas foi nas ruas de Nova Iorque, a cidade mais urbana e cosmopolita dos EUA, que o punk deu seus primeiros passo. Enquanto os Beatles cantavam os ieieiês de sua primeira fase e Mick Jagger e Keith Richards ainda engatinhavam em suas composições, Lou Reed já tocava "Heroin" e "Waiting for the man" para John Cale, com quem ainda nesse ano formaria o Velvet Underground.


partes 2 3 4 5 6

Musicalmente, o Velvet não tem muito a ver com a música rápida e agressiva do punk rock de hoje, mas na utilização dos ruídos e as temáticas das letras são importantes para o gênero. A banda também foi uma das primeiras a assumir o mercado underground como uma alternativa ao mainstream do rock.

1969 - Somente depois de Iggy Pop e seus três patetas (The Stooges), podemos mesmo falar de punk. Há uma notável descontinuidade entre os beatniks revoltados do Velvet Underground e os garotos sujos, feios e burros do The Stooges, Television, New York Dolls, Richard Hell and the Voidoids e Ramones. Enquanto Lou Reed trafegava livremente no meio artístico, seria possível que a turma de Iggy não reconhecesse a Monalisa, se a pusessem em sua frente.

Iggy testando seus dotes performáticos


No final de 1967, em Detroit, o jovem James Osterberg reúne três amigos, Dave Alexander e os irmãos Ron e Scott Asheton, para formar uma banda. A idéia era peitar o ideal hippie e a música mais bem cuidada das bandas britânicas, fazer um som cru e pesado. Mais tarde, o jovem James seria conhecido como Iggy Pop e seu grupo, The Stooges [os patetas], entraria para a história do rock como uma das bandas mais feias, sujas e malvadas de todos os tempos.

Quando começou sua carreira, Iggy queria tocar blues e chegou a montar uma banda, The Iguanas. Mas não era um músico virtuoso. Também não se destacava pela inteligência [como John Lennon], beleza [Jim Morrison] ou sensualidade [Mick Jagger]. A Iggy restava denunciar a falta de sentido na vida dos jovens americanos.


Iggy Pop and The Stooges, ao vivo em Cincinatti, 1970

O som da banda era uma versão mais simples e suja do rock blueseiro tocado por grupos como Rolling Stones e Cream. Eles falavam do tédio e da apatia, pregavam a destruição de tudo o que estivesse pela frente. No palco, Iggy se mutilava com cacos de vidro, cuspia na platéia, fazia sexo com o microfone, vomitava, insultava a todos.

Os Stooges lançaram o primeiro CD em 1969. Em sua carreira meteórica, os Stooges lançaram apenas três álbuns de estúdio – “The Stooges” [1969], “Fun House” [1970] e “Raw Power” [1973] –, todos obrigatórios e imprescindíveis na história do rock. Sem eles, o punk na década de 70 não teria acontecido. Em 1974, depois do final da banda, Iggy Pop seguiu em sua carreira solo, oscilando entre momentos memoráveis e outros, desprezíveis.

Sem Stooges, não haveria Ramones, New York Dolls e nem Sex Pistols – a turma de Sid Vicious tinha Iggy como ídolo máximo. Ainda hoje podemos ouvir os ecos das guitarras sujas e simples de Ron Asheton em bandas como Strokes, White Stripes e The Hives.

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Melhor do que beber Coca Diet



Na bomboniere de qualquer cinema vende Coca-Cola Diet e Mentos. Eles deviam saber dos perigos desta combinação. Há algum tempo, circula pela internet um vídeo dos caras do EepyBird, que resolveram combinar 200 litros de Diet Coke com 500 drops Mentos Mints, resultando em um espetáculo de 3 minutos.

O engraçado é a diferença entre o que a Mentos e a Coca-Cola acharam disso tudo. A Mentos gostou da publicidade gratuita e quer fazer uma parceria com um dos criadores do 'espetáculo'. Já a Coca-Cola não gostou nem um pouco. Eles prefere que as pessoas bebam o refrigerante e não façam experimentos com ele.

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Super nachos


O mundo é "do nada" e essa é a melhor parte. Vejam esse ensaio fotográfico com imigrantes latinos em NY fantasiados de super-heróis. Cada foto vem acompanhada do nome do imigrante e da profissão que eles exercem. A maioria das fantasias tem a ver com o trabalho que eles fazem. Repetindo... é "do nada"!

p.s.: achamos isso no blog do Tiago Dória

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6/27/2006


Um Kbyte em Ré Menor

Se não existisse MP3, 80% da minha coleção de música ia por água abaixo

Era uma vez um tempo em que as bandas sabiam o caminho até o sucesso. Era tudo muito simples: alguns amigos se juntavam para tocar se divertir e gravavam uma demo depois de alguns ensaios. Aí era só procurar um selo disposto a distribuir as fitas e esperar pelo sucesso. Não quer dizer que muitas bandas chegassem lá, mas pelo menos elas sabiam o que fazer.
Não é mais assim. O mercado fonográfico tradicional está encolhendo e as gravadoras contratam cada vez menos bandas. Segundo os dados da Associação Brasileira de Produtores de Disco [ABPD], as vendas de CDs no País caíram 20% no ano passado, em relação a 2003. Em comparação com 2000 a queda é ainda maior, 52%. “A indústria fonográfica vem encolhendo ano a ano em termos mundiais, mas no Brasil o processo tem sido mais agudo. Entre 1997 e 2003, a diminuição de vendas nas vendas chega a 50%”, explica Micael Herschman, doutor em comunicação pela UFRJ. Será que faz sentido seguir este caminho e tentar fazer parte desta indústria decadente?

Disco online - Mas a indústria fonográfica não é apenas a indústria do disco, é a indústria da música. E se os avanços nas telecomunicações multiplicaram as possibilidades de distribuição e hoje é comum que algumas bandas lancem seus álbuns direto na internet, é natural que ela precise se reconfigurar para abarcar este novo fenômeno. O primeiro passo desta reconfiguração foi a expansão dos selos independentes, apoiados na comunicação em rede. O passo seguinte parece ser a distribuição de álbuns pela internet.
Esta atitude, impensável há alguns anos, ainda hoje é encarada como pirataria pela ABPD. De qualquer forma, ela rendeu sucesso rápidos a algumas bandas - como o Artic Monkeys, que vendeu 360 mil cópias depois de colocar seu álbum de estréia no MySpace.com, um dos primeiros sites a disponibilizar este tipo de serviço. No Brasil já aconteceram situações semelhantes com o Mombojó, Cansei de Ser Sexy e o Bonde do Rolê.
“A venda de discos raramente dá lucro para um banda pequena. Depois de analisar algumas propostas de gravadoras, vimos que não conseguiríamos ter um retorno financeiro suficiente para cobrir os gastos da produção do novo álbum, quanto mais ter lucro“, explica Marcelo Martins, 26, vocalista da Plexus e autor do livro Comunicação Subterrânea [Ed. Frutos], com dicas e conselhos para as bandas iniciantes.
Neste mês, a Plexus lança Lyfecycles em seu site. “Para um artista independente, gravar um disco é apenas o começo do trabalho. Distribuir é o processo mais difícil e mais caro e só quem está em uma major tinha acesso a uma distribuição razoável. A internet muda tudo. Qualquer pessoa do mundo tem acesso à sua música e você tem um retorno de público muito mais rápido se colocar o seu disco na internet“, conta Marcelo.

Em Salvador - Por aqui existiam poucas iniciativas convincentes de distribuição de música pela internet quando apareceu o portal de música da Eletrocooperativa. “A idéia do portal é propor uma nova maneira de distribuir o trabalho desenvolvido dentro da cooperativa e também por outras pessoas”, explica Gilberto Monte, um dos idealizadores do projeto. Até agora, o site conta com músicas de bandas como o Império Negro, Afrogueto, Ronei Jorge e os Ladrões de Bicicleta, entre outras. “Mas qualquer pessoa pode colocar sua música lá”, completa Gilberto.
O selo baiano Estopim também está aderindo à distribuição online. “Ainda este mês vou colocar no site do selo álbuns que lancei e estão com a tiragem esgotada. No próximo mês, estarei inaugurando um selo virtual com um álbum do Veredicto, que será lançado somente na internet”, explica Fabiano Passos, 24, guitarrista da banda Lumpen e dono do selo Estopim.

Rádios online - A ZeroFM.net, uma das primeiras rádios online da Bahia, surgiu no mês passado como uma brincadeira entre amigos. Hoje, a rádio tem uma programação diversificada, mas sempre está atenta ao que acontece na cena independente. “A rádio online é um importante canal de divulgação e de interação com o público. É uma possibilidade da música independente chegar até o ouvinte”, explica Eduardo Pelosi, 20, produtor da ZeroFM.net.
Mesmo com todas essas iniciativas, ainda não aconteceu de uma banda baiana ter estourado na internet. “Mas muitas conseguem bastante coisa pela rede. Não devemos nos surpreender, se aparecer a banda baiana bombando na internet. Vamos aguardar”, especula Gilberto Eloy, 24 anos, baixista do Los Canos e um dos donos do selo Frangote Records. No final das contas, só depende da gente mesmo.

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Analógico ou Digital?


Digital -
“Nós sabemos que a troca de música pela internet é o futuro e não tem como fugir. Por isso criamos a Trama Virtual ”, conta Alexandre Matias, jornalista responsável pela versão online da Trama. O portal de música independente da Trama [tramavirtual.com.br] disponibiliza de graça músicas de mais de 27 mil artistas, com uma média de 50 mil músicas baixadas por mês. Qualquer banda pode mandar seu material [release, fotos, MP3 ou links] para ser publicado no site.
“A internet acaba substituindo um intermediário, seja a gravadora ou o agente fonográfico. Por isso, essa coisa de vender disco vai acabar. O artista vai ter que encontrar uma outra forma de ganhar dinheiro”, explica Matias.
A iniciativa da Trama se desdobrou no Brasil em muitos outros portais de música ou selos virtuais, como o SenhorF [ senhorf.com.br], Antena [antena.art.br], Container Inc. [www.container-inc.org], Fronha Records [fronharecords.trix.net], reciferock! [reciferock.com.br].

Analógico - “Ainda não existe uma tecnologia que revolucione o mercado fonográfico de maneira boa. A Mp3 e os estúdios digitais estão acabando com as grandes gravadoras. Temos agora que aprender a trabalhar com essas tecnologias e fazê-las gerar renda para os selos e para as bandas”, pondera Jera Cravo, baterista da banda Automata e presidente da Associação Baiana de Selos Independentes.
“Para mim, essa coisa de disponibilizar o disco inteiro na internet é uma tendência de momento, vai passar. A maioria das bandas ainda acredita no disco. E eu também acredito - apesar de saber que temos que procurar outra maneira de gerar renda que não seja a venda de Cds”, completa Jera.
Fabiano também se preocupa com o novo formato de distribuição. “Tenho medo que com essa onda de discos completos na internet, apenas pessoas de boa condição financeira consigam gravar e divulgar seus trabalhos. Se a banda disponibiliza o disco inteiro, ela vende menos e vai ter que arcar sozinha com os custos da gravação, algo em torno de R$ 2 mil”, explica.
A banda paulistana Hateen já distribuiu seu trabalho pela rede, mas alcançou o sucesso selo Arsenal. “A internet tem ajudado a divulgar muita gente, mas nada tira a qualidade e o gostinho de comprar um álbum em uma loja, com encarte, letras e tudo mais“, explica Rodrigo Koala, vocalista e guitarrista da banda.
Mas a distribuição pela internet não significa o fim do álbum. Está tudo lá: um conjunto das canções, comparte gráfica e ficha técnica. Do mesmo modo que o disco de ascetato, o long play e a fita K7 entraram em processo de extinção, o CD também vai entrar algum dia. Já a música, esta vai existir para sempre - analógica ou digital.

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Tudo é Imposto

Olhem os preços. Quase tudo é imposto!

IR, ICMS, IPVA, CPMF. Essas siglas e mais algumas dezenas de outras, são como palavras mágicas que fazem sumir do bolso do brasileiro o correspondente a cinco meses de seu salário.
A contribuição ao Estado acontece, muitas vezes, de forma invisível. Quem sabe quanto do valor de um cafezinho ou de uma camiseta é imposto? Essa parcela é bem clara quando se trata de Imposto de Renda [IR], que leva 27% do total do rendimento anual de uma pessoa, por exemplo. Mas muita gente não sabe que o governo arrecada imposto até na compra de um inocente refrigerante [ver tabela].
O impostômetro virtual do site "De olho no imposto" [ www.deolhonoimposto.com.br], indica que os cidadãos deixam para o fisco 25 mil reais em tributos por segundo. Só este ano, o Brasil já arrecadou mais de 352 bilhões de reais. No final de 2006, esse valor deve chegar a 810 bilhões.
E para que serve todo esse dinheiro? A advogada tributarista Letícia Machado explica que os tributos arrecadados servem para manter os gastos do Estado e custear os serviços públicos.
Todo mundo paga tributos para que o Governo possa construir escolas, recolher o lixo, cuidar das fronteiras. O problema é que essas atividades nem sempre são realizadas a contento e, por isso, os cidadãos acabam pagando duas vezes por elas: uma para o governo e outra para a iniciativa privada.

Campanha - Em novembro de 2005, organizações da sociedade civil de todo País deram início a uma campanha intitulada "De olho no imposto". A idéia era recolher um milhão e meio de assinaturas em apoio a um projeto de lei que torne obrigatória a transparência dos impostos embutidos nos preços dos produtos e serviços.
Os organizadores da campanha querem que o valor dos impostos apareça na nota fiscal, entregue ao consumidor no momento da compra. A tributarista Letícia Machado acha que isso pode conscientizar as pessoas a exigir uma melhor aplicação dos recursos, na medida em que vão perceber o quanto os impostos pesam no bolso.
A proposta de lei foi entregue ao Congresso Nacional no dia 31 de de maio deste ano. O presidente do Senado, Renan Calheiros, recebeu dezenas de caixas com as assinaturas e disse que o projeto pode ter uma tramitação rápida no Senado. O documento justifica que a transparência dos impostos está prevista no artigo 150 da Constituição Brasileira e deve ser regulamentado.

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A Conquista do Rock 2

Princípio Ativo explora todas as facetas do punk rock e hardcore

A banda Princípio Ativo surgiu no início de 2004, mas só agora lançou sua primeira demo. “Acabamos de lançar nossa pré-demo para que eu pudesse presentear Redson e o Cólera”, conta Vítor Quadros, baixista.
O som passeia por todas as facetas do punk rock e hardcore, desde o bublegum [Mais um Dia, Nossa Bandeira], hardcore melódico [Você que se Exploda], até o Hardcore Straight Edge do Gorilla Biscuit [Estranho Rebanho, P.C e Escolha].
As letras tratam de assuntos diversos, mas giram em torno das principais causas do movimento straight edges e do punk rock. Em “A Nossa Bandeira”, cantam: “É sobre mim e sobre mim e sobre você / faça você mesmo, é assim que deve ser”. “Como éramos os únicos straight edges [dissidência do punk que prega a abstinência de drogas e o respeito aos animais] que tínhamos conhecimento na região, foi fácil adquirir afinidades e compartilhar da mesma idéia do que vinha a ser o Punk Rock”, explica Vítor Quadros.
A banda é interessante, mas ainda precisa trabalhar mais. O som direto do hardcore, o cantar falado e as letras “com mensagem” podem parecer ingênuos para alguém que não partilhe diretamente destes valores. O modo de dizer da canção é diferente da fala. Um pouco de metáfora e arranjos mais elaborados não fazem mal a ninguém.

Ouça a banda:
Estranho Rebanho
Mais Um Dia
Nossa Bandeira
P.C
Você que se Exploda
eXcolha


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A Conquista do Rock

Iside Heatred é um dos destaques do metal da cidade

“A melhor do interior da Bahia”, resume Vitor Quadros, 20, referindo-se à cena de rock de Vitória da Conquista. Vítor faz curso pré-vestibular, é voluntário do Greenpeace, participa de um coletivo em prol dos direitos animais e tem uma banda de punk rock chamada Princípio Ativo. Dia 30 de julho, a banda dele participa do MTV Banda Antes na Estrada, junto com Ardfeto [também Conquista], Rock Rocket, Daniel Belleza & os Corações em Fúria e Ecos Falsos [as três de Sâo Paulo], Faichecleres [Paraná], Zefirina Bomba [Paraíba] e Vanguart [Minas Gerais].
Ele não é o único a achar que o rock de Conquista é o melhor do interior da Bahia. “A cena daqui é uma das melhores do Estado. Existem inúmeras bandas underground, o que faz com que a cidade tenha uma boa representatividade no cenário baiano”, conta Williem da Silva Barreto, 21, estudante de direito na Uesb e baterista da banda de metal Pectus Maculosus.
“As coisas estão acontecendo muito rápido por aqui. As bandas e os promotores de eventos ainda não estão preparados para uma cena mais profissional, mas estamos caminhando para isso”, pondera Nem, 33, vocalista da banda de punk rock Cama de Jornal, um dos grupos mais antigos de Conquista.

Completa - Verdade, a cena de rock em Conquista tem tudo que uma cena deve ter: selo [Tosco Todo], distribuidora [Sempre em Frente], fanzines [Célula Zine e Auto-Gestão], site, programa de rádio [O Som da Tribo, na 96 FM] e loja [Rock Xpress]. “Há muito tempo eu percebi que a internet pode contribuir para a divulgação das bandas independentes. Por isso criei um selo virtual”, explica Nem que também coordena o selo Tosco Todo.
Outra iniciativa importante é o Célula Zine, um fanzine independente com textos, charges e notícias sobre as bandas, distribuidoras da cidade. “Ter um fanzine no interior é interessante. Aqui a maioria das pessoas tem acesso apenas à grande mídia, tendenciosa e burguesa. O fanzine cria um canal alternativo de informação”, conta Lazaro Ribeiro, 24, o editor do Célula Zine que também toca [guitarra] no Cama de Jornal.


Metal da Morte / Iside Hatred se propõe a tocar um Death Metal Brutal, com influência de Headhunter DC, Incantation e Deacapitated. O som é mesmo brutal, a bateria rápida e o vocal gultural, mas parece faltar alguma criatividade nos arranjos.
Ouça:
Paradise of the Blind
Empire in Decadence


Velha escola / Cama de Jornal toca um tipo de punk e hardcore anterior à invasão do emo. Letras políticas, melodias simples, guitarras cruas, e com forte influência do Dead Kennedys no vocal. Para quem gosta de Inocentes, Cólera e outras bandas de punk dos anos 80, é uma boa pedida.
Ouça:
A Droga Acabou
A Revolta dos Miseráveis

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TopDez! desta semana

Foto da capa de Skylab IV, cada vez mais bizarro

1. Mombojó - Realismo Convincente
2. Cadê Meu Pau? - Rogério Skylab
3. Sex Objectt - Porno Chic
4. Litthe Yeallow Spider - Devendra Banhart
5. Batalhei um megaphone pra dizer que não é bom saber demais - Darion Alone & The Invisible Friends
6. Plano de Governo - Porcos Cegos
7. Amo Muito Tudo Isso - Rogério Skylab [veja o clipe sem noção]
8. Suave - Calle 13
9. Woman - Wolfmother
10. Space Oddity - David Bowie

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Opine:


Você acha que ainda vale a pena lançar um álbum em CD?

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6/26/2006


Amanhã no Dez!



Não fique por baixo. Baixe. - Era uma vez um tempo em que as bandas sabiam o caminho até o sucesso. Era tudo muito simples: alguns amigos se juntavam para tocar se divertir e gravavam uma demo depois de alguns ensaios. Não é mais assim. O mercado fonográfico está em transformação e a internet está aí para complicar (ou facilitar tudo). Saiba como usar a rede para divulgar e distribuir sua banda.

Tudo é imposto - É inacreditável quanto você gasta com imposto no dia-a-dia. O Brasil tem uma das maiores cargas tributárias do mundo. E em roupas, comida, livros, enfim, em tudo que você compra paga também algum imposto imbutido.

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6/25/2006


O Barbeiro Volante

Foto: Haroldo AbrantesRobelino entende tudo dos cortes da moda praia, dos pescadores

Caminhando pelas ruas vazias de Salvador, de repende vejo uma coisa inusitada no Rio Vermelho. Um barbeiro trabalhando no meio da rua, bem na frente do Barbeiro do Meu Pai. "Eu sou Robelino, conhecido como brasília amarela. Eu corto o cabelo dos pescadores", disse ele, apresentando-se.

O cliente era realmente um pescador do rio vermelho e estava sentado numa cadeira de plástico, dessas de propaganda de cerverja. Pediu um corte à escovinha, o qual achava muito elegante.

O pedido não é um grande desafio para Robelino Conceição. Ele corta cabelos há 30 anos e já trabalhou em muitas barbearias da cidade. Mas, 15 anos atrás, decidiu trabalhar por conta própria. "Eu me sentia muito preso na barbearia. Me chamaram para trabalhar alí [apontando para O Barbeiro do Meu Pai], mas prefiro trabalhar aqui, olhando para a praia".

Robelino corta cabelo nas ruas do Rio Vermelho, no largo de Dinha e da Mariquita. É um "barbeiro volante", como ele mesmo gosta de se definir. Funciona assim: "Quando algum cliente me chama, eu vou cortar o cabelo na casa dele, apartamento ou na rua mesmo. Cobro cinco, quatro ou três reais, depende do bolso de cada um".

Eu achei o apelido dele vinha de algum carro amarelo que ele dirigia, mas nada disso. "Quando ficava bêbado, eu começava a cantar aquela música da brasília amarela. Cantava isso o tempo todo", dizia ele enquanto eu me divertia imaginando aquele senhor bêbado e cantando uma música de Mamonas Assassinas. "Mas de tanto beber e fumar fiquei doente. Agora parei com com esses vícios malditos", garante.

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A Hora de Votar

Depois de competir com outros 1.709 inscritos, 20 bandas foram escolhidas para a final do Festival de Bandas Trama Universitário. Agora cabe aos ouvintes do Trama VIrutal decidir as campeãs. Você pode votar até o dia 12 de julho.
No dia 13 de julho, quatro bandas serão eleitas, uma de cada região. As vencedoras vão tocar nas festas TU do segundo semestre, além de participar de uma coletânea exclusiva.

Norte/Nordeste
Pessoas Invisíveis [salvador]: Projeto paralelo de Bruno Carvalho, guitarrista da The Honkers, Fontaka, entre outros.
Começo do Fim
Meu sol não vai apagar

Starla [salvador/BA]: De ensolaradas cançõesassobiáveis a trilha sonora para tardes de chuva.
Chantagem Emocional
Te Fizeram De Idiota Mais Uma Vez

Vinil 69 [salvador/BA]: Performances enérgicas, fogo na pista, rock em português. Pode até dançar com a bunda, mas o pessoal costuma usar a cabeça.
Dentro de Você
Tremendo ao Som de um Blues

Meus 15 anos...que corpo lindo! [recife/PE]: Um grupo formado por garotas percussionistas que compartilham da paixão pela música popular de Pernambuco.
Carambola
Casinha Branca

Cravo Carbono [belém/PA]: Uma das revelações da nova música produzida na cidade de Belém, o grupo paraense Cravo Carbono vem se destacando no cenário independente nacional por aliar guitarras de sotaque original e poesia a poucos rótulos colados ao seu trabalho.
Marx Marex
Vale Quanto Pesa

Sul
Poliéster - porto alegre/RS
Poléxia - curitiba/PR
Stereoplasticos - canoas/RS
Hipnóticos - porto alegre/RS
Apanhador Só - porto alegre/RS

Sudeste
Bazar Pamplona - são paulo/SP
Fino Coletivo - rio de janeiro/RJ
Garotas Suecas - são paulo/SP
Supercordas - rio de janeiro/RJ
Os Outros - rio de janeiro/RJ

Centro-Oeste
Fuzzies - brasília/DF
Lenore - goiânia/GO
Velhos e Usados - brasília/DF
Móveis Coloniais de Acajú - brasília/DF
Marfusha - brasília/DF

Para votar em sua banda favorita, clique aqui.

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6/24/2006


O som do silêncio

Danilo Fraga



Depois de conquistar o primeiro lugar no ranking da Billboard desta semana, o silêncio é o maior hit da música pop de todos os tempos. Foi esta a manchete de hoje nos principais newsblogs do mundo.

Num futuro muito próximo de vocês, a idéia de se comprar música na Internet parecerá repugnante de tão ultrapassada. Não existem gravadoras, selos ou lojas especializadas. A música é produzida por coletivos hackers espalhados pelo mundo e disponibilizada de graça em milhares de domínios espalhados pela a rede.

Foi neste contexto que a música do silêncio apareceu. Ninguém a inventou, ela apareceu. No futuro, não existem músicos e a música tem código aberto *. Esta mudança de paradigma foi de vital importância para a existência da música do silêncio. Durante seu desenvolvimento, usuários de todo o mundo podiam baixar o arquivo e contribuir para o resultado final com alguns segundos de seu precioso silêncio. Os estudiosos dizem que o arquivo já conta com alguns meses de extensão.

Os visionários do século XX, alguns babacas que se julgavam “avant-garde”, já haviam pensado no poder do silêncio como música. Vale citar a experiência de John Cage: questionando a idéia de que a música seria uma série ordenada de notas, Cage compôs 4'33", peça que os críticos estúpidos descreveram como "quatro minutos e meio de silêncio".

A música do silêncio nada tem a ver com a experiência de Cage. Seu principio básico é a aplicação de pequenas descargas elétricas no nervo auditivo do receptor, anulando assim toda e qualquer possibilidade de audição. Quem ouve a música do silêncio experimenta uma sensação nunca experimentada por qualquer ser humano, um silêncio comparável apenas ao que precedeu a explosão que deu início ao cosmo.

Como toda boa idéia, ela é simples e elegante. A música do silêncio é, ao mesmo tempo, um arquivo, um formato e um gênero musical. E, numa cidade barulhenta como a nossa, ela tem um valor inestimável.

...

Quando a garota começou com aquele papo de que precisava ficar um tempo sozinha para pensar melhor na vida, Tommy acessou imediatamente o ftp de um site marroquino para atualizar o arquivo da música do silêncio no pequeno chip implantado em seu quarto nervo auditivo.

Não queria passar por aquele tipo de coisa novamente. No fundo, sabia que ela havia encontrado outro.

Recolheu suas coisas que estavam espalhadas pela casa e andou devagar em direção à saída. Ele esperava que ela voltasse atrás e dissesse que era tudo mentira. Esperava isso mesmo quando disse “adeus”. “É mais fácil dizer esses tipo de coisa quando você não tem que se ouvir dizendo”, pensou.

Não quis pegar o metrô naquela noite e saiu andando. Em meio àquele pesadelo agitado e monótono, ele caminhava só pelas ruas estreitas e pelas calçadas de paralelepípedo. Cruzava os corredores do conjunto habitacional em meio ao som do silêncio e, de alguma forma, experimentava a paz.

Tommy sempre achou que para tudo existia uma trilha sonora apropriada. Para a dor, a felicidade e principalmente para o amor. O barulho insistende e desordenado das grandes metrópoles, pensava, era a trilha sonora perfeita para a sua vida. Mas naquele momento experimentava o silêncio absoluto pela primeira vez, enquanto chegava ao centro da cidade.

Dez mil pessoas, talvez mais. Pessoas conversando sem estar falando. Pessoas ouvindo sem estar escutando.

Ele degustava o silêncio. E, talvez pela exclusão deste elemento [o som], Tommy passou a ser capaz de analisar todo o resto. De repente, toda sua vida passou a fazer sentido a seus olhos, enquanto ele atravessava aquela cidade que borbulhava silenciosa e silenciosas gotas de chuva caiam, ecoando no poço do silêncio.

Foi quando ele decidiu não mais ouvir. Fechava os olhos e encontrava uma paz nunca antes imaginada. “Olá escuridão, minha velha amiga. Estou aqui para conversar com você novamente”, pensava.

Hoje o profeta escreve nas paredes do metrô: “Logo o silêncio, o som mais insistente de todos”.

*Depois das intermináveis discussões sobre os limites sistema tonal, que acometeram a música erudita no século XIX e a música pop no final do século XXI, achou-se por bem esquecer de vez toda a notação músical. No lugar dela, adotou-se a noção de código, importada da semiótica da informação e das ciências da computação.

Leia outro conto sobre as músicas do futuro: O Clube dos Corações Solitários

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Crônica de Elisa

Lívia Pacheco*


- Elisa, me diz uma coisa.
- O que é?
- Como é que faz pra esquecer um sentimento?
Elisa fitou-me com seus grandes olhos negros, que estavam por trás de óculos com aros igualmente negros.
- Eu também não sei, disse ela, suspirando.
E a tarde caía por detrás do prédio. E nós dois nos entretíamos arrancando a grama do jardim. E Elisa vestia um vestido também negro, que escondia seu corpo branco e imaculado. E Elisa era sempre Elisa, sempre o meu porto-seguro nessas horas.
- Elisa, me diz uma coisa.
- O que é?
- Como é que faço pra me apaixonar por você?
E Elisa, com aquele jeito Elisa de ser, cabelos, olhos, óculos, vestido, tudo negro como a noite, em contraste com a sua pele de neve. Chegou perto de mim e disse, com voz macia:
- Ah, isso eu sei.
E me beijou freneticamente.
Ah, Elisa. O que seria de mim sem você?

*Lívia Pacheco é jornalista e, como podem ver, uma contista muito melhor que eu.
A ilustração é de iansã.

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Mais ocidental que o ocidente



Mais de um século depois do auge do imperialismo inglês estréia em Salvador Old Boy, do diretor coreano Park Chanwook. O filme apresenta um bêbado gordo e feio chamado Oh Dae-Su (Choi Min-Sik); um sujeito que, depois de um pequeno problema com a polícia, acorda preso em um quarto de hotel barato. Sem fazer a menor idéia do motivo pelo qual está preso ali, Dae-Su passa seus dias assistindo à programação da TV e comendo rolinhos fritos. Os anos passam até que 15 anos depois ele é libertado, porém sem receber qualquer explicação. Ganha novas roupas, dinheiro e um telefone celular, que não tarda a tocar tranzendo o seguinte desafio: Dae-Su tem cinco dias para descobir o motivo de sua captura e a identidade de seu captor.
Além do título, Old Boy não tem quase nada de inglês. Porém, ao assisti-lo, o espectador ocidental de cinema encontra uma estranha sensação de familiaridade: tudo o que se passa na tela parace muito próximo de nós, de tão ocidental. Ao mesmo tempo, de tão ocidental, tudo parece muito estranho. Ao assistir aos últimos lançamentos do cinema oriental encontramos uma sensação parecido, de hiper-ocidentalidade. Depois de anos e mais anos absorvendo, meditando e processando a cultura ocidental, esses povos, mesmo com seus olhinhos bem puxados, parecem ter encontrado algum sentido escondido nela. Agora eles a cospem de volta, nos mangás, nos animes, nos videogames e, como não poderia deixar de ser, no cinema. Porém a cospem modificada, potencializada.
Talvez por sua vasta tradição gráfica, que se mostra desde seus alfabetos, os orientais parecem manejar o material gráfico com uma desenvoltura invejável, mesclando a linguagem dos quadrinhos, videogame e romances de artes marciais em uma estilo que faria inveja a qualquer diretor do cinema de ação hollywoodiano. Aí está a maior qualidade de Old Boy: é um filme, antes de tudo, urbano – com todas as implicações que este termo pode oferecer. O cenário é uma metrópole, movimentada, suja e barulhenta. Porém, o maior atrativo do filme está no modo como ele trata os clichês dos principais gêneros do cinema americano: do cinema de tarantino aos suspenses de Hitchcock. As cenas de luta pouco lembram os antigos filmes de kung-fu chineses, estão mais para videogame. A melhor delas evoca os jogos "side scroll" dos antigos videogames de 8 e 16 bits, no estilo de Street Fighter. Nela, Dae Su esmurra vinte capangas com um martelo em um plano-seqüência lateral. A sequência é bem-humorada, tosca, mas é uma das melhores cenas de luta já realizadas.
Por fim, temos o final. Admito não gostar de filmes com reviravoltas em seus minutos finais, mas o desfecho de Old Boy merece ser comentado. Ele e tão surpreendente, perturbador que sozinho já valeria o ingresso do cinema. É isso. Old Boy é um ótimo argumento para aqueles que insistem em criticar a globalização. Enquanto Tarantino, entre outros, voltam os olhos para o oriente em seus últimos trabalhos, filmes como Old Boy nos fazem crer o quanto ainda temos o que aprender com nós mesmos.

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Beatles no msn



[10:34] dFraga says:
Foi você quem comentou no blog?
[10:34] lívia says:
foi
[10:34] dFraga says:
:)
[10:35] lívia says:
ah, eu ouvi zecacurydamn
[10:38] dFraga says:
e aí?
[10:39] lívia says:
gostei, na verdade gostei mais das músicas que copiam mais descaradamente beatles e beach boys
[10:40] dFraga says:
e quais são essas?
[10:40] lívia says:
bom dia meu amor e primavera
[10:40] lívia says:
as outras são mais clube da esquina, tem um quê de bicho-grilagem que eu não gosto muito
[10:40] dFraga says:
fã dos beatles adoram dizer que todo mundo copia beatles
[10:41] lívia says:
mas todo mundo copia beatles :P
[10:41] dFraga says:
é né, deve ser
[10:42] dFraga says:
ouvi dizer que foram os beatles que inventaram os acordes
[10:43] lívia says:
hahahahahahahahah
[10:43] lívia says:
mas eles inventaram a música pop
[10:44] dFraga says:
é, deve ser isso. Inventaram o refrão né?
[10:44] dFraga says:
ou será que foi o canto?
[10:44] dFraga says:
ou será que foi a performancee com microfone?
[10:45] dFraga says:
sinceramente não consigo pensar em nada que eles tenham inventado
[10:46] lívia says:
hahahahaha
[10:46] dFraga says:
consigo pensar em muitas coisas que eles fizeram muito bem feito, isto sim
[10:46] lívia :: help me to breathe :: says:
eles não inventaram nada específico, mas delinearam muitos paradigmas que são copiados até hj
[10:46] dFraga says:
penso em algumas que eles não faziam bem feito tb, mesmo que algumas delas eles nem se propunham fazer
[10:47] lívia says:
o que, por exemplo?
[10:47] dFraga says:
o suingue
[10:47] dFraga says:
o groove
[10:48] dFraga says:
o canto sexy
[10:48] dFraga says:
a agressividade
[10:48] dFraga says:
o deboche
[10:48] dFraga says:
por isso não entendo quando alguem diz que eles esgotaram o espectro da música pop
[10:49] lívia says:
suingue e groove realmente eles não se propunham a fazer de forma explícita
[10:50] lívia says:
sexualidade explícita e agressividade foi uma coisa que eles tinham, mas brian epstein cortou
[10:50] lívia says:
deboche? os beatles eram extremamente debochados
[10:51] dFraga says:
hum. Depende. Não tinham o deboche dos mutantes, ou do tropicalismo, por exemplo. Um tipo de deboche que fazia com que as canções quase deixassem de ser canções. Tem alguma coisa no white album e no sarggent peppers
[10:52] lívia says:
ah, sim
[10:52] lívia says:
nas canções eles realmente não eram debochados
[10:52] dFraga says:
não importa. Tou dizendo apenas que os beatles eram uma boa banda, mas não eram a banda completa que esgotou tudo o que se podia fazer (até pq acho que isso é impossível)
[10:54] dFraga says:
posso colar nossa conversa no blog? É super moderno fazer isso
[10:55] lívia says:
hahahahah vc me usou como cobaia? fala sério

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6/23/2006


Imprima seu próprio jornal



O jornal inglês Guardian lança uma versão em pdf, que pode ser baixada de graça na internet. O jornal vai ser atualizado a cada 15 minutos e poderá ser baixada a qualquer momento do site. Não dá mais para saber o que é blog, site ou jornal. O jornal espanhol El pais já tinha feito isso antes.

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Comichão e Coçadinha



Veja todos os episódios de Comichão e Coçadinha, versão punk de Tom e Jerry que passa nos Simpsons.

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Inhos da seleção

Jeniffer Santos*



Mexer em time que ta ganhando também pode!Parreira tirou capitão, Robertão, fulanão...E veio com Robinho, Cissinho, Juninho, Gilbertinhos(para rimar).Isso mostra que estar no banco da seleção brasileira não é ser deixado de lado, é esperar que sua hora chega!Então me deixe tirar conclusões, os Inhos são Brasileiros(não desistem nunca), reservas-titulares com muito orgulho e amor.

Então o Japão surpreso veio de lá e...iaaaaaaaaaaaaaaa!1x0!

E já que a historia é um...Porque não faltando quase um minuto para acabar o 1º tempo fazer um gol do único jogador que 1.000.000 de brasileiros queriam que estivessem fora dos campos nesta copa?

É...Foi desse um mesmo, de onde menos esperávamos que saiu um não(vamos parar agora com a historia do um),mas sim dois gols.Uma vitória gorda, onde 50%(os outros 50,estão em forma com Juninho e Gilbertinho) da caloria saiu do gordinho, do fofinho, do Ronaldinho O fenômeno.Bem mais magro agora hein... Ronaldo?!

4x1...Ouvimos (que me recorde) pela 1ª vez num jogo dessa copa...os torcedores no estádio cantarem aquela musica...aquela mesma que você está pensando...Esqueceu?Ah!Pergunta para os Inhos da Seleção.

*Jeniffer Santos tem 17 anos, é de Alagoinhas e estuda jornalismo.

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6/21/2006


Redondo



Vídeo que Davi Lopes e sua equipe (Luana Mellado, Ian Fraser, Ronei Jorge e Carine Bomfim) fizeram no seu terceiro semestre no curso de cinema da FTC. É a chance de ver Ronei Jorge em um video que não é videoclipe ou show.

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Videoarte na web, ou virce-versa



et cetera on Vimeo
et cetera: Alguma horas na vida de jacattack.



How to Fix a Loophole on Vimeo
How to Fix a Loophole: Humor inglês, misterioso e inescrutável.



drum and bass mastasmoka on Vimeo
drum and bass mastasmoka: Todo feito com figuras paradas.



Sunflower 3 on Vimeo
Sunflower 3: Nascimento de uma flor.

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Capas de livro


Veja mais

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6/20/2006


Copa OFF



Para quem está cansado de Fátima Bernandes, Galvão Bueno e uma cobertura burocrática nos padrões Rede Globo de qualidade a salvação é Na Estrada da Copa. O site é um projeto de cinco estudantes lusófonos (brasileiros, portugueses e angolanos) e um alemão que estão percorrendo num motorhome as cidades alemãs onde ocorrerão jogos do Brasil para mostrar a festa do ponto de vista de quem não conseguiu ingresso para entrar nos estádios. Lá além da cobertura escrita dá para ver vídeos e podcasts.
Um dos momentos impagáveis da aventura foi o encontro com o humorista nordestino Mução.

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Rock Brasileiro 2: O ritmo do momento.

Nos episódios anteriores soubemos como o cinema trouxe o rock para o Brasil.

Auditório da Rádio Nacional

Não demorou muito para que a insipiente indústria fonográfica brasileira percebesse no rock and roll o produto ideal para atingir um mercado até então inexplorado: a juventude1. Menos de um mês depois da estréia de “Sementes da Violência” nos cinemas, já se podia ouvir no programa de César de Alencar (Rádio Nacional) uma versão de “Rock Around the Clock”.

Naquele momento, em meio a foxes, swings e twists, o rock and roll ainda parecia ser encarado no Brasil como apenas outro modismo para as pistas de dança. Neste cenário não parecia tão estranho que “Rock Around the Clock” fosse cantada por Nora Ney – uma cantora consagrada por samba-canções como “Ninguém me Ama” que, até então, nada tinha a ver com o rock and roll. Longe de ser percebido por aqui como um gênero musical [com convenções sonoras, de performance e ideologia próprias], até então o rock and roll era apenas um ritmo divertido e uma dança engraçada.

Então com 33 anos, Nora cumpria o papel de preencher o vácuo de jovens artistas no Brasil. Estes só foram entrar em cena alguns anos depois. Até lá, a difusão do novo ritmo era legada aos crooners consagrados na rádio brasileira, como a própria Nora Ney, Cauby Peixoto, Agostinho dos Santos e Carlos Gonzaga. Em um momento em que o rádio cumpria um papel central na indústria cultural brasileira, suas práticas, hábitos, regras, em suma, seu capital cultural parecia se sobrepor às exigências do insipiente campo do rock brasileiro que apenas começava a se desenhar por aqui.
"Blue Jeans Rock", banda de apoio para os crooners da Rádio Nacional

Havia assim, um descompasso entre a performance proposta nas canções de rock e a performance de seus intérpretes. Os gritos agudos e andrógenos de Little Richards, o forte apelo sexual de Elvis Presley, a agressividade de Jerry Lee Lewis ou a melancolia de Jonny Cash eram substituídos pela voz grave e abaritonada, o sotaque arcaico (com erres arrastados), a pronúncia carregada e afetada, alongamentos vocálicos e os maneirismos vocais (como o vibrato) de “homens feitos” tinham pouco a ver com a rebeldia do rock nascente. Até mesmo a voz de Nara soava muito grave e madura para o rock and roll.

Do mesmo modo, a subversão comportamental do rock, sua relação a velocidade, com a liberação sexual, mesmo que pueril e adolescente, não tinha nenhum eco por aqui. Este descompasso se refletia nos arranjos das canções, em que as guitarras cediam espaço para uma orquestra de cordas no estilo Big Band – tão em voga na época. De rock and roll só restava, quando muito, alguma coisa de sua faceta musical, o compasso quaternário, o ritmo agitado e as letras juvenis.

Por causa da mediação do rádio, o universo imagético do rock no Brasil daquela época estava ligado diretamente aos conjuntos de baile: rapazes bem vestidos com terno, gravata e cabelo bem arrumado. Era isso que possibilitava que os velhos astros do rádio cantassem rock sem causar muito constrangimento.
Cauby Peixoto e Elen de Lima

“Rock and roll em Copacabana”, de 1957, é apontada como a primeira composição de rock and roll em português. Ela foi composta por Miguel Gustavo e gravada por Cauby Peixoto – último astro masculino da era do rádio, que assinou com o pseudônimo Coby Dijon, sua incursão pelo rock. "Revira o corpo, estica o braço, encolhe a perna e joga para o ar / Eu quero ver qual é o primeiro que essa dança vai alucinar / E continua a garotada na calçada a se desabafar / Eu vou cantando, até agora não parei nem para respirar", dizia a letra. A guitarra elétrica que não aparecia em “Rock and roll em Copacabana”, soou pela primeira vez em um rock cantado em português em “Enrolando o Rock”, de Betinho e lançada no mesmo ano.
Augustinho dos Santos

As duas canções seguiam a tendência da época, só diferiam no fato de serem composições próprias em meio a um sem número de versões. O aproveitamento de canções em inglês por artistas brasileiros de outros gêneros através de versões tornou-se comum – até porque os selos que lançavam o rock and roll nos EUA não tinham representação por aqui, o que tornava mais fácil o “plágio”. Assim, podíamos ouvir Agostinho dos Santos cantando “Até Logo Jacaré” (“See You Later Alligator”), ou Carlos Gonzaga cantando “Meu Fingimento” (“The Great Pretender”), entre outros exemplos.

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No Headfone


Danilo Fraga escuta
Milestones

Miles Davis




Andréa Lemos escuta
Prolonging the Magic
Cake



Nadja Vladi escuta
The Shine of Dried Electric Leaves
Cibelle



Pedro Fernandes escuta
Excerpts from the Diary of Todd Zilla
Grandaddy



Iansã escuta
Veneer
Jose Gonzales



Tati Mendonça escuta
Trilha de Amélie Poulain
Yann Tiersen


Camilla Costa escuta
Trilha Sorora de A Hora de Voltar
Vários


Na Cabeceira


Iansã lê
Crônicas vol.1
Bob Dylan


Andréa Lemos lê
O Lobo da Estepe
Hermann Hesse



Danilo Fraga lê
Como Dois e Dois são Cinco
Pedro Sanches


Nadja Vladi lê
Ficções
Jorge Luís Borges


Pedro Fernandes lê
Valentina: Crepax 65-66
Guido Crepax


Tati Mendonça lê
Um Rio Chamado Tempo, Uma Casa Chamada Terra
Mia Couto


Camilla Costa lê
Dom Quixote de La Mancha
Cervantes


Mapa da Mina

Terça 15/08

A peça Murmúrios, baseada no texto "Pedro Páramo", de Juan Rulfo conta a história de um garoto que viaja para a terra de sua mãe em busca do pai. Lá, encontra a morte e o eterno retorno às suas circunstâncias.
Espaço Jequitaia [Calçada]
20h
Grátis [senhas no local a partir das 19h]

Quarta 16/08

A exposição Olhares Baianos – A Gosto da Photographia Ano II reúne trabalhos de artistas como Antônio Olavo, Andréa Fiamenghi, Lázaro Roberto, Célia Seriano e Mário Neto. A programação inclui palestras e oficinas. Até o dia 26
Galeria Acbeu [Vitória]
Das 14h às 20h
Grátis

Quinta 17/08

A peça Extraordinárias Maneiras de Amar é uma aventura pelo universo feminino, inspirada livremente no livro "Contos de Eva Luna", de Isabel Allende. O texto, a direção e a atuação são de Meran Vargens.
Teatro XVIII [Pelourinho]
20 h
R$ 4

Sexta 18/08

Projeto Vale O Quanto Pesa com Jazz Rock Quartet, Alex Pochat e Os Cinco Elementos
23h30
R$ 7
Festival de Inferno com Los Canos, Vinil 69 e Paulinho Oliveira
Zauber [Ladeira da Misericórdia]
22h
R$ 10

Sábado 19/08

Garage Fest, com Leela, Mosiah e Malcom
Garage [Feira de Santana]
21h
R$ 13 [pista]
Brotas Roots Rock Reggae com Os Algas, Vulgo e Inoxidáveis
Rua Frederico Costa [Brotas]
13h
R$ 5

Segunda 20/08

Atrito Rock Fest com Aditive, Djunks, Outspace
Papagayos [Patamares]
14h
R$ 10 + 1 kg de alimento

Mentinsana com Underchaos, Barulho S/A e outras
Espaço Solar [Joana Angélica]
14h
R$ 4

Domingo 13/08

Estréia do clipe Tijolo a Tijolo, Dinheiro a Dinheiro, do baiano Lucas Santana, com direção de Luis Baia e Pedro Amorin
MTV Lab
20h30

A Vida e A Obra de Samuel Becket
Teatro Vila Velha [Passeio Público]
Das 9h às 18h
Gratuito

Imperdível

Sexta-feira
18/8
Obrigado Por Fumar
nos cinemas
R$ 7 [em média]


Cinismo antitabaco


"Obrigado Por Fumar" [Thank You For Smoking] conta a história de Nick Naylor [Aaron Eckhart], um porta-voz de uma grande companhia de tabaco que tem como função passar uma boa imagem da indústria do fumo.
Ao custo de manipulação de informações e contratos com agentes de Hollywood, ele tenta combater a campanha antitabaco de um senador que pretende colocar rótulos de venenos nas embalagens de cigarro.
O filme é uma sátira que acompanha o dia-a-dia de Nick, que inclui tentar ser um exemplo para o seu filho de 20 anos. A direção é do estreante Jason Reitman e tem no elenco Katie Holmes, Rob Lowe, Robert Duvall e William H. Macy.

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