A casa
Aida Vitória*
Entrara ele numa casa, a qual o recordara de um tenebroso acontecimento:
A sala axadrezada estava intacta como ele a havia deixado: o abajur aceso, as almofadas cor de carmim remexidas sob o sofá de couro preto, o par de copos desvirginados pelo calor e a textura do uísque, que com o passar do tempo os cubos de gelo que o equilibrava sugara-lhe as energias que possuíra, eram sustentados por uma peça centralizada, que deixava marcas por seu peso sob o tapete: vermelho-púrpura, de veludo.
Subira lentamente as escadas deslizando seus dedos no corrimão, que dançava em círculo, (hipnotizando quem olhar o seu interior), ela mexia o quadril uma única vez se você a acompanhasse, terminava em um silencioso corredor, que nos trazia opções de destino, opinara ele pela ultima porta no final do corredor, sua pulsação acelerava a cada melancólico passo dado, buscando ar naquela atmosfera impura.
Sobrou um passo para finalizar o corredor, quando ele percebera que a porta estava entreaberta.
Abriu a porta delicadamente com os seus dedos ásperos disparando-se com o encontro dos amantes sobre sua cama, onde sua mulher buscava ali como o seu passa-tempo, apenas sossego.
Voltou pelo seu mesmo percurso em direção a seu escritório que se localizava à esquerda da sala de estar. Seu sangue galopava cada vez mais, seu amor fora anestesiado pelo desespero e suas lagrimas conseqüência daquela imensa tortura, sentou em sua poltrona, que naquele momento não o agradava mais e se desatou a chorar, abaixou a cabeça e ao levanta-la deslizando seus dedos em seus sedosos fios cabelo, seus olhos, que queimava, direcionou-se para a ultima gaveta da escrivaninha e apanhou um 38, enrolado num pano branco, colocou-o em cima da mesa e retirou a arma dos cuidados do pano, que junto a ele estavam as balas. Tremendo, tentava coloca-las.
A escada mexia o quadril mais rápido, conforme a música agitada e fervorosa.
Quando ele empurrou a porta ela estava se arrumando e seu amante prestes a ir embora. Apontando a arma para ele, o fez despencar janela a baixo, não permitindo a sua fuga e ela com seus olhos estufados de terror, caiu lentamente sufocando, porem não os desviava daquele lago isolado.
Estava trêmulo, fora de si, sentou-se na cama e atirou em sua cabeça.
Acordando assustado, ele olhou subitamente para sua mulher, abraçando-a, dormiu novamente.
* Aida Vitoria tem 15 anos e é estudante
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