Terça

Aida Vitória*

Perco-me em memórias que já não mais se realizaram por completo. Logo porque me dispersava em indiretos olhares ao meu silêncio contínuo, o qual tinha motivos e foste por um sorriso de uma ninfeta, de cabelos louros, de lábios carnudos em sangue a fervor, com a pele...A tentação!
Que anjo contraditório!De seios redondos em crescimento, a favor de uma grande mulher.
Minha amada nunca teve nome...Principalmente endereço, apenas ela mesmo.
Em certos momentos capturava murmuras de amor.Imaginava ser por outro, pois minha pequena era muito adorada e deixava rastros onde passasse.
Lembro detalhadamente do dia mais feliz da minha mórbida vida.Bem...Costumo ir de rotina a biblioteca do seu colégio, mas nesse dia me ocorreu algo de incomum. Eu estava tomando um caputtino e ela me assustou com um::- Oi! . Quase derrubei o café na minha roupa no momento em que quase o tomei, com meu jeito atrapalhado, que pela primeira vez estava ao meu favor. Despertei um lindo sorriso cativante do seu rostinho. Então ela prosseguiu (arrastando uma cadeira junto à mesa):- Posso sentar?
É claro que deixei, mas estava tão perplexo com toda aquela situação, onde me comportei com ridículo, que só fiz um pequeno gesto com a cabeça.
Ela me questionou sobre inúmeras coisas da minha vida, cheguei a ficar agoniado e um tanto constrangido diante de tanta “curiosidade surpresa”, foi demais para mim, entretanto ainda permanecia com minhas imaginações avassaladoras.
A ninfeta chamava-se Doly (acho que só me disse seu apelido).A convidei para passar a tarde em minha casa, um dia desses, ensinei como chegar até lá e tudo. Então esperei tardes, e noites de insônia, me desiludindo a cada dia de sua espera.Doly havia evaporado e somente sabia “seu nome”:...Doly!
Ah minha amada!Roubaste a minha alma perturbada.
Deslizando sob um chão escorregadio até chegar ao limoeiro.
Aonde, talvez, nunca mais nos veremos.
Porém...Continuarei a sonhar com tua carne.
Mesmo com seu egoísmo inútil, me deixando em pedaços em plena solidão.
E indo a uma escuridão, a qual eu nunca a procurarei.
Sei que ainda estas a sorrir...
E eu a chorar!
Doly...
Minha querida e inesquecível...
Doly.

Aida Vitória tem 15 anos e é estudante